terça-feira, 26 de outubro de 2010

Texto Dramático: A Borracha Cansada

TÍTULO: A Borracha Cansada

Personagens:
- A borracha
- O lápis com soluços
- A régua que tinha perdido os centímetros
- A caixa de lápis de cor descorados
- O médico

Cena 1

Cenário 1: Consultório médico com várias cadeiras (sala de espera, onde estão sentadas as personagens (borracha, lápis, régua e caixa de lápis).

Borracha: Meu Deus, nunca mais chega o médico! Ai, não aguento este cansaço que já não me deixa apagar quase nada.

Lápis com soluços: (soluçando) A senhora tem razão, o médico está muito atrasado. E estes soluços deixam-me de rastos.

Régua: Estes médicos hoje em dia atrasam-se sempre.
Que chatice! (chorando) Os meus centímetros desapareceram, e agora como vou eu medir?

Caixa de lápis de cor descorados: Vá lá, animem-se! Todos nós temos problemas na vida. Então eu que já marquei consulta há que tempo...
Os meus desenhos que antes eram coloridos, hoje são descorados... (mostra uma expressão triste)

Médico: (entrando no consultório muito apressado) Bom dia meus senhores e minhas senhoras! Desculpem o atraso mas este trânsito está caótico.

Cena 2

Cenário 2 - sala de consultas com uma secretária, trés cadeiras, uma maca e uma balança.

Médico:(à porta do consultório) S.Caixa de Lápis, pode entrar.
(senta-se á secretária)Por favor sente-se.Então o que se passa com a senhora.

Caixa de Lápis: Ai senhor doutor. Ando desesperada, porque perdi as minhas cores tão belas e os meus desenhos agora são descorados.

Médico: Ora isso é fácil de resolver.Tome estas vitaminas e apanhe muitos ares de praia.Faça exercícios e vá pintando, primeiro um pouco e leve e depois com mais força.(despachando a paciente) Aqui tem a sua receita.
Desejo as suas melhoras (despede-se da paciente com um aperto de mão à porta do consultório).
O paciente seguinte por favor.


Régua: Bom dia, dá liçenca Sr.Doutor.

Médico: Pode entrar D.Régua .De que se queixa a senhora?

Régua: Doutor eu antes media tudo muito bem, mas agora perdi os centímetros!

Médico: Parece-me um caso preocupante e difícil de resolver. Por favor aguarde um pouco na sala de espera, para que eu estude a solução para o seu problema.
(acompanha a régua á porta do consultório).

Médico: Sr. Lápis, por favor entre e sente-se.
O que o trás aqui hoje?

Lápis: (Soluçando) Veja Lá Sr. Doutor que eu não consigo parar de soluçar e só faço linhas tracejadas.

Médico: Já tenho a solução para o seu problema!(Levanta-se e dirige-se à sala de espera) Penso que encontrei a solução para a sua doença, D.ª Régua!

Régua: Ainda bem que encontrou a solução. Diga lá então qual é? (senta-se ao lado do Sr. Lápis).

Médico: O Sr. Lápis é a solução para si e a Sr.ª Régua é a solução para o Sr. Lápis.
(Os dois ficam espantados e curiosos, olham um para o outro).

Lápis: Pode explicar-nos melhor a sua solução?

Médico: É claro que sim. Os soluços do Sr. Lápis irão avivar os centímetros da D.ª Régua. E a D.ª irá ensinar o Sr. Lápis a desenhar direito.

(Demonstram muita felicidade a Régua e o Lápis).

Lápis e Régua: Muito obrigado, Sr. Doutor! (despedem-se do médico e saem abraçados)

Médico: Pode entrar Sra. Borracha. (enquanto a borracha entra e se senta)Então o que se passa consigo?

Borracha: Sinto-me gasta e já não consigo apagar como antes apagava.

Médico: Mas a senhora apagou imenso ao que sei. Uma vida inteira a apagar esgota qualquer um.

Borracha: Não aprendi a fazer outra coisa.

Médico: Pois agora descanse, pois está com um esgotamento.
A senhora precisa de férias. Está num risco muito grande.

Borracha: Risco grande! O que era isso dantes para mim.

Médico: Resguarde-se. É um aviso senão apaga-se de vez.

(A borracha dirige-se ao público.)

Borracha: Que triste vida a minha! Lá terei eu de repousar na minha secretária enquanto vejo os riscos traçados no papel. E para não perder o jeito lá vou eu apagando pontinho aqui, pontinho ali até ficar boa.

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