quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dia de Reis

No Rasto de uma Estrela

Três reis, vindo cada qual do seu extremo do mundo, encontraram-se num cruzamento de três caminhos. Uma grande estrela, nova no céu, tinha-os atraído para o mesmo destino.
Juntaram as respectivas caravanas de camelos e cavalos e prosseguiram a viagem juntos. Sempre no rasto da estrela, foram dar a uma cidade e a um palácio, onde vivia um rei, chamado Herodes.
- Vimos uma estrela que anuncia o nascimento do rei dos Judeus - disseram os três reis.
Herodes, ao ouvir tal notícia, assustou-se. Rei dos Judeus era ele e temia que lhe roubassem o trono. Mas fingiu-se interessado e pediu aos três reis viajantes que fossem e procurassem saber mais acerca desse acontecimento espantoso, porque também ele queria adorar o Menino, fadado pelo Céu. Era mentira. Percebia-se pelos olhos furibundos de Herodes que era tudo mentira.
Os três reis sábios deixaram a cidade e continuaram por caminhos humildes atrás da estrela anunciadora, até que foram encontrar, em Belém da Judeia, o Menino. Sobre o telhado da casa onde vivia o Menino a estrela parou.
Os três reis, que se chamavam Gaspar, Melchior e Baltasar, ajoelharam-se em adoração e abriram os cofres das oferendas. Ouro, incenso e mirra era o que tinham para dar.
Já não voltaram por Jerusalém, porque tinham sido avisados em sonhos para regressarem às suas terras por outros caminhos.
Herodes esperou-os, em vão. Furioso e cheio de medo que, mais tarde, pudesse ser destronado, mandou matar todos os meninos de Belém da Judeia. O seu futuro rival - julgava ele - também estaria entre esses inocentes.
E Herodes ria da sua malvadez.
Mas o Menino, que a estrela iluminara, salvou-se. E Herodes perdeu.





Os três Reis Magos

Estes são os três Reis Magos
cansados,
nos camelos montados.
Belchior
encantador e
cheio de amor,
levava ouro
um valioso tesouro.
Gaspar
a caminhar,
com um brilho no olhar,
levava incenso
de aroma intenso.
Baltazar
a contemplar
o luar,
mirra levava
e pela rua cantarolava.
Seguiam uma estrela brilhante
e muito cintilante
que nos céus de Belém
guiava os reis na viagem.
ate ao menino Jesus,
o Rei Salvador,
que nasceu para nos salvar
e nos dar muito Amor.
Quando a Jerusalém chegaram
o rei Herodes visitaram.
Com bondade, ele lhes falou...
Mas um anjo os veio avisar
que o Menino Jesus
ele queria matar.
Finalmente a Belém chegaram e
dormindo na palha estava
o lindo bebé,
de um lado estava Maria
e do outro estava José.

Texto colectivo dos Tagarelinhas

Reis Magos de Luz

Esta é a história de quatro reis magos, que por terras de Olissipo andavam perdidos em busca do caminho para chegarem ao Menino.
Havia semanas que cada um, rei do seu ponto cardeal, mas com a mesma ideia, a de louvar o Salvador, Rei dos Reis, caminhara até ao centro da rosa-dos-ventos e de lá todos juntos haviam partido atrás da estrela Guia, que não era uma estrela qualquer, mas aquela que os levaria até onde estaria o Menino, o muito anunciado e esperado Rei dos Reis.
Mas ao chegarem a estas terras longínquas de Olissipo, só viam pessoas de ombros descaídos, corações gelados, a correr atrás de nada, vivendo na sombra de nuvens densas de problemas.
Paul, John, George e Ringo, assim eram os seus nomes, já começavam a duvidar se estavam no caminho certo e ainda por cima, tanta tristeza junta num povo só, só atraía mais nuvens de lágrimas e ventos de raiva que não deixavam avistar estrelas no céu.
Ao se abeirarem das portas da cidade, pensaram se valia a pena entrar em tal terra, pois tão alta que já ia a noite.
Reuniram em conferencia, pesando os argumentos para entrarem já ou esperarem pelo amanhecer, até queJohn, o mais sonhador e optimista, não fosse ele Rei do Norte, lá convenceu os outros três de que, se já tinham passado o rio, mais valia entrar e ver se achavam abrigo para passar a noite, nem que fosse numa arcada da praça
daquele império adiado.
Antes de entrarem e face ao receio dos outros três, John, propôs ainda que em conjunto fizessem uma prece, não daquelas que fazem chover água em dias de sede, mas sim luz para iluminar o céu escuro e já agora senão fosse pedir muito ao lá de cima, que desse também para aquecer os corações e iluminar o pensamento daquela triste gente que por ali vivia.
Tanta força fizeram ou tão grande foi a vontade de aceder à prece destes pobres reis perdidos na penumbra da tristeza, ou talvez porque a luz já estava em saldos lá por cima, que, o que começou por ser um gotejar tímido de pingas de luz, virou uma chuvada torrencial daquelas de Verão.
Foi tanta a luz que choveu, que até as árvores deram frutos de luz, algo nunca antes visto por aquelas bandas no pino de um Inverno, daqueles em que até os corações ficam gelados.
Surpreendidos por tamanha chuvada de luz, os quatro reis observavam agora o deslumbramento dos que pela rua andavam apressados, e que agora paravam pasmados ao ver as ruas iluminadas como se fossem ruas cheias de prendas que não eram mais do que sentimentos de amor e esperança descongelados pelo calor da luz.
Os quatro reis, esses, com o céu já iluminado lá procuraram um cantinho para dormir e descansar, para no dia seguinte poderem continuar a longe viagem até ao local onde nasceu o Menino.
Durante muito tempo se ouvirá falar destes quatro reis magos vindos cada um de seu ponto cardeal, que em dias frios de rigoroso Inverno, como são sempre aqueles em que até os corações ficam gelados, trouxeram luz, calor, alegria e esperança ao povo destas terras de um império adiado.

História encontrada e partilhada pelo Rafael

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